segunda-feira, julho 25, 2011

OS LIVROS QUE FORMARAM MEU CARÁTER

  • 25 – Eu, Christiane F., 13 anos drogada e prostituída – Eu tinha uns 10 anos e lembro da minha mãe lendo esse livro e da tarja preta com o aviso "Impróprio para menores de 18 anos" na capa, cobrindo os olhos da tal Christiane. Não resisiti e li aos poucos, escondido, o taç livro proibido. Um dia minha mãe descobriu e deixou que eu terminasse, sem problemas o livro.
  • 24 – O saci – Monteiro Lobato – Se uma criança só puder ler um livro do Lobato na vida, tem que ser esse. Se for ler um único livro de qualquer autor, também pode ser esse. Com o Pedrinho, eu aprendi a ser valente, leal e responsável.
  • 23 – A tenda vermelha – Anita Diamant – Eu sempre ouvi meu pai contar as histórias da Biblia. E sempre as achava ora fantasiosas demais, ora assustadoras demais. Mas depois de adulto eu descobri esse livro, que é a história dos patriarcas escrita como ela deveria ser na Bíblia, como um romance. E ainda narrada pelas mulheres, que não tem voz nas escrituras. Um tesouro.
  • 22 – A arca de Noé – Vinícius de Moraes – Você se lembra do primeiro livro que leu na vida? Eu me lembro, foi esse. Pra uma criança tentando decifrar aquelas letrar estranhas que viravam palavras como num passe de mágica, foi incrível descobrir que dali saiam histórias como a do Pato Pateta, entre outras.
  • 21 – Os Maias – Eça de Queiroz – O maior romance em língua portuguesa já escrito, com uma linguagem refinada, um enredo pra lá de folhetinesco e aquele gostinho de quero mais no final de cada capítulo. Se Eça de Queiroz vivesse nos nossos tempos, seria um novelista dos bons.
  • 20 – O escaravelho do diabo – Lucia Machado de Almeida – Se tem uma coisa que é unanimidade entre leitores de várias gerações é a Série Vagalume, que com seus mais de 40 volumes, ensinou jovens como eu a amar um bom romance, um suspense bem feito. E o Escaravelho é, na minha opinião o melhor da série
  • 19 – O amor acaba – Paulo Mendes CamposLi uma crônica deste autor pela primeira vez num livro de Português na 8ª série e me apaixonei. Quando caiu nas minha mãos por acaso uma coletânea com as melhores crônicas dele, eu nem acreditei, era uma melhor que a outra.
  • 18 – A alma imoral – Nilton Bonder – Não importa qual a sua religião, nem ideologia. Uma vez ao menos, devemos fazer o exercício de ser o advogado do diabo e tentar ver as coisas pelo outro lado. Neste delicioso livro, Bonder, um "rabino pop" mostra uma nova visão do paraíso, e revela: nossa alma é imoral. Imperdível.
  • 17 – A revolução dos bichos – George Orwell – A monarquia no poder, os militares no poder, a direita no poder, o povo no poder, o homem no poder, a mulher no poder, os animais no poder. Nessa fábula absurda, cheguei a uma certeza: não importa qual seja a ideologia, o jogo do poder é o mesmo, só mudam os bichos.
  • 16 – Antes que anoiteça – Reinaldo Arenas – "A vida é uma questão de risco ou abstinencia", com esse epitáfio, o escritor cubano exilado em Miami narra as perseguições que sofreu na ilha de Fidel por ser homossexual e querer ter uma opinião livre num país cada vez mais cativo. Corajoso, honesto e arrebatador.
  • 15 – O menino maluquinho – Ziraldo – Pra quem viveu os anos 70, o auge da ditadura, Ziraldo era uma das mentes brilhantes responsáveis pelo Pasquim, jornal de humor e contracultura. Mas pra minha geração, Ziraldo era um deus, porque criou o melhor personagem mirim de todos os tempos, o garoto com macaquinhos no sótão, o menino maluquinho.
  • 14 – O caçador de pipas – Khaled Houssein Nunca pensei que um “best seller da Veja” diria tanto sobre mim. Mas a história de traição e amizade entre os garotos protagonistas, que culmina numas das cenas mais cruéis já narradas em livro, é daqueles que se você começa a ler, não resiste. E haja lenço de papel.
  • 13 – Jim Morrison, ninguém sai daqui vivo - A biografia póstuma do líder dos The Doors, minha banda predileta, nunca foi editada no Brasil, então eu quase enfartei quando vi um dia ao acaso, esse achado no meio de outros livros empoeirados numa biblioteca. Era uma edição portuguesa, mas era tão bem escrita, que quase eu não resisto à tentação de nunca mais devolver o exemplar da biblioteca.
  • 12 – A casa dos Budas ditosos – João Ubaldo Ribeiro – Num tempo em que tudo que leva a palavra sexo no rótulo vende que nem água (taí a Bruna Surfistinha que não me deixa mentir), o genial escritor baiano narra uma aventura de alta voltagem erótica, sem nunca cair na vulgaridade. Talvez por isso o livro tenha ficado tão gostoso de ler.
  • 11 – A hora da estrela – Clarice Lispector – De vez em quando eu queria ser Macabéia. Aquela pureza, aquela simplicidade quase irritante, aquela melancolia, narrada pela sempre incrível Clarice. É um livrinho miúdo, sobre uma história banal, mas eu me vejo tanto ali...
  • 10 – Ensaio sobre a cegueira – José Saramago – Esse eu comecei a ler novo ainda, empolgado com o Nobel que o escritor português tinha ganhado. E achei chatíssimo, difícil mesmo. Anos depois, resolvi dar ao livro uma segunda chance e me encantei com o estilo, me choquei com a história e aprendi que os livros também precisam do momento certo para nos achar.
  • 9 – On the road – Jack Kerouac – Se tem uma década em que eu queria ter vivido, são os anos 60. Se tem algum lugar dos anos 60 onde eu gostaria de estar, é na companhia de Jack Kerouack e seua amigos, que neste livro, me ensinaram que viver é muito mais que simplesmente estar vivo.
  • 8 – Laranja mecânica – Anthony Burgess – Muito antes de ter visto o filme, um dia eu me deparei com esse livro que tinha um olho enorme arregalado na capa. Poucas vezes eu me diverti tanto, quanto lendo ess relato em primeira pessoa do adorável maluco Alex com seu vocabulário cheio de palavras como chelovek, milicents e devotchka. Horrorshow!
  • 7 – O apanhador no campo de centeio – J.D. Sallinger - Sabe aquele livro que a gente só começa a ler porque todo mundo fala bem? Pois é, e todo mundo tem razão sobre este aqui que é um dos mais graciosos e ao mesmo tempo pungentes relatos de uma geração. Pronto, já falei bem dele, pode começar a ler.
  • 6 – Quando Nietzsche chorou – Irvin D. Yallon – Um livro que me gerou conflitos, descobertas e lá pelas 300 páginas uma frase que acabou virando uma tatuagem. Se isso não é marcar um leitor, não sei o que é.
  • 5 – Vastas emoções, pensamentos imperfeitos – Rubem Fonseca – Esse é o melhor livro do melhor autor brasileiro vivo. Personagens marginais, desiludidos, envoltos em uma aura de suspense que instiga a cada página, provoca, desafia o leitor. Recomendadíssimo!
  • 4 – O amor nos tempos do cólera – Gabriel García Marques – Desilusão amorosa? Paixão incontrolável? Amor proibido? Não há auto-ajuda no mundo que ensine sobre as relações que a obra prima do colombiano Gabriel. Um romance para levar na memória, para sempre.
  • 3 – A insustentável leveza do ser – Milan Kundera – O equilíbrio entre amor e desejo, entre o certo e o proibido, entre o carnal e o divino. Um livro que continua muito depois de se virar a última página, ideal pra se reler anos depois.
  • 2 – O deus das pequenas coisas – Arundati Roy - Uma história densa e ao mesmo tempo leve, trágica e ao mesmo tempo encantadora, sobe as grandezas e pequenezas dos homens e seu deuses. Uma história que marcou minha vida, o livro que eu mais reli até hoje.
  • 1 – Alta Fidelidade – Nick Hornby – Sabe quando um personagem diz o que você pensa, sofre o que você sofre e vive como você gostaria de viver? Rob Fleming é o meu alter ego escrito, com suas contradições e incertezas. Este blog, e por consequência, esta lista só existem porque um dia eu li esse livro.